quarta-feira, 9 de outubro de 2013

NORMA BENGELL, atriz e cineasta, 78 anos

A atriz e cineasta Norma Bengell, de 78 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira, no Rio. Ela estava internada desde o último sábado no Hospital Rio-Laranjeiras, em Botafogo, Zona Sul, vítima de problemas respiratórios devido a um câncer no pulmão direito, que foi diagnosticado há seis meses.
Durante a internação, segundo familiares, Norma estava lúcida, mas não conseguia reconhecer algumas pessoas. A atriz enfrentava problemas de saúde desde 2010, quando sofreu duas quedas dentro de casa. Por conta desses acidentes, ela teve um problema na coluna e não conseguia andar
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Carreira de sucesso
Celebrizada na tela grande a partir de um polêmico nu frontal, o primeiro do cinema brasileiro, em "Os cafajestes" (1962), Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães D´Áurea Bengell conseguiu ir muito além de sua beleza - e mais além ainda das experiências estéticas do Cinema Novo - aos longo de seus 50 anos dedicados ao audiovisual. Começou a atuar pela chanchada mais bem-sucedida da história do mercado exibidor nacional, "O homem do Sputinik" (1959). Ali, sob a batuta de Carlos Manga, seus olhos gulosos e a voz aveludada seduziram Oscarito, seu parceiro de cena, e uma multidão de pagantes (estimada em oito milhões e meio). Depois dela, Norma passou pelas mãos de realizadores autorais como Walter Hugo Khouri ("Noite vazia"), Julio Bressane ("O anjo nasceu"), Paulo Cézar Saraceni ("A casa assassinada"), Glauber Rocha ("A idade da Terra") e Ruy Guerra, que tirou sua roupa para o prazer do "cafajeste" Jece Valadão e de uma multidão de 2 milhões de pagantes, e voltaria a escalar a atriz para seu mítico "Os deuses e os mortos" (1970), aclamado no Festival de Berlim.
Durante toda a década de 1960, mesmo diante do estrelato de atrizes como Odete Lara e Isabella, Norma manteve o primeiro lugar como rosto mais bonito (e presença mais enigmática) do cinema nacional, sendo exaltada em críticas europeias nos "Cahiers du cinéma", a bíblia da intelectualidade francesa. Com o tempo, a opção por papéis mais sofridos, sempre às raias do trágico, como a mãe de família Felicidade, de "Mar de Rosas" (1977), aproximou Norma das grandes musas do celuloide europeu. Para Glauber Rocha, ela era o símbolo da "força telúrica do útero da mulher brasileira".
Mas Norma, nutrida por toda a sua experiência acumulada como intérprete, resolveu se arriscar pela direção no fim da década de 1980. Nascida em 21 de setembro de 1935, ela virou cineasta ao filmar os bastidores da Semana de Arte Moderna de 1922 em "Eternamente Pagu" (1987). Dez anos depois, arriscou-se pelo Romantismo indigenista de José de Alencar ao filmar "O guarani", com Marcio Garcia e Tatiana Issa, que lhe rendeu uma série de acusações de prestações de contas irregulares e mau uso de verbas públicas. Ela dirigiria ainda o documentário "Infinitamente Guiomar Novais" (2003), mas já sob a patrulha da classe cinematográfica, que acabou rejeitando a diva de outrora.
Norma era uma das raras atrizes brasileiras que chegaram a uma grande popularidade mesmo com escassas participações na televisão. Em 1981, a atriz fez a novela "Os adolescentes", de Ivani Ribeiro, na Bandeirantes. Logo em seguida, na mesma emissora, participou de um enorme sucesso: foi Nena em "Os imigrantes", de Benedito Ruy Barbosa. Em 1983, foi para a TV Globo fazer a minissérie "Partido alto", de Braulio Pedroso (1984). Em 1989, a atriz voltaria aos folhetins em "O sexo dos anjos", trama também de Ivani. Mais recentemente, em 2006, a diva fez "Alta estação", uma novela juvenil da Rede Record. Entre 2008 e 2009, ela fez rir na série de humor "Toma lá, dá cá", da Globo, como Deise Coturno.

B I O G R A F I A:
 
Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell mais conhecida como Norma Bengell (Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1935 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2013) foi uma atriz, cineasta, produtora, cantora e compositora brasileira.
Foi a primeira atriz brasileira a apresentar-se em uma cena de nu frontal, no filme Os Cafajestes, de 1962. Ela estreou no cinema em 1959, no filme estrelado por Oscarito O Homem do Sputnik. Chamou a atenção pela sua sensualidade, cantando e parodiando a famosa atriz francesa Brigitte Bardot.
Norma Bengell depois tentaria a carreira de diretora, realizando, nessa função, o filme de 1996 O guarani, baseado na obra do romancista José de Alencar.
Em 2008 assinou contrato com a TV Globo até novembro, efetivando assim sua personagem Deise Coturno até o final da segunda temporada da série Toma Lá, Dá Cá. Antes, ela já havia feito participações esporádicas após a saída temporária do ator Ítalo Rossi, que vive o Seu Ladir.
Em 2010 sua foto foi utilizada pela pré-candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, em seu sítio eletrônico. Tal atitude provocou polêmicas, inclusive a acusação do uso indevido da imagem e associação da atriz. No entanto, Norma Bengell desmentiu ter descontentamento e manifestou apoio à pré-candidata.
Em 27 de abril de 2010 em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a atriz Norma Bengell disse que não viu problema algum no uso de uma foto sua no site Dilma na Web. A fotografia de Bengell aparece numa ilustração da seção “Minha vida”, que conta a trajetória de Dilma e o contexto histórico do país desde a década de 1960.
Diz Bengell: "Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe", afirmou ela, dizendo ter simpatia pela ex-ministra da Casa Civil.
Faleceu na madrugada 9 de outubro de 2013 devido ao câncer no pulmão direito.

Cantora

Como cantora, seu primeiro sucesso foi o 78 rpm com "A lua de mel na lua" e "E se tens coração" (da trilha sonora do filme "Mulheres e milhões", de Jorge Ilely).
Em 1959, lançou "Ooooooh! Norma", seu primeiro LP, com uma sonoridade bastante próxima da bossa nova, com várias canções de Tom Jobim e João Gilberto.
Após anos gravando participações em trilhas sonoras e discos de outros artistas, seu segundo LP "Norma canta mulheres", sai apenas em 1977, com composições de Dona Ivone Lara, Luli e Lucina, Marlui Miranda, Dolores Duran, Chiquinha Gonzaga, Rosinha de Valença, Glória Gadelha, Sueli Costa, Rita Lee, Joyce e Maysa, além de "Em nome do amor", parceria de Norma com Glória Gadelha.
Foi casada durante 30 anos com o ator italiano Gabrielle Tinti.

Televisão

Filmes

Como diretora

Discografia

Álbuns De Estúdio
  • 195?: "A Lua De Mel Na Lua - E Se Tens Coração" - (Capitol/Odeon 78)
  • 1959: "Ooooooh! Norma" - (Capitol/Odeon LP)
  • 1965: "Meia Noite Em Copacabana" (Elenco LP)
  • 1977: "Norma Canta Mulheres" - (Phonogram LP)
  • 2001: "Groovy - Faixa "Feaver" - (Sony Music CD)

sábado, 5 de outubro de 2013

Ênio Gonçalves, ator e dramaturgo, 70 anos

O ator, diretor e dramaturgo Ênio Gonçalves, 70, morreu neste sábado (5), às 11h, em São Paulo, vítima de falência renal.
Ele estava internado há cerca de 15 dias no hospital Sancta Maggiore, no bairro do Paraíso, onde tratava insuficiência renal aguda.
Gonçalves será velado a partir das 20h, no cemitério do Araçá, no centro paulistano. O corpo será cremado neste domingo (6), às 11h, no Crematório Vila Alpina, na zona leste.
Antes de morrer, pediu alta hospitalar por um fim de semana, na semana passada, e gravou seu último trabalho, o curta-metragem de Dante Vescio, "M is for Mailbox".
Nascido no Rio Grande do Sul, onde se formou jornalista, viveu em São Paulo desde muito jovem. Ênio Gonçalves trabalhou em mais de 40 filmes, 20 novelas e 50 espetáculos teatrais.
No cinema, atuou nos longas "Filme Demência" (1985), "Anjos do Arrabalde" (1987) e "Garotas do ABC" (2004), de Carlos Reichenbach, neste último conquistou o troféu Candango de melhor ator do Festival de Brasília, em 2003, entre outros.
Atualmente está concorrendo a prêmios, no Festival do Rio de Janeiro, com "O Homem Sensorial", de Eugênio Puppo, e "Terno" de Gabriela Amaral Almeida e Luana Demange.

O ator e dramaturgo Ênio Gonçalves


Ensaio da peça teatral "O Balcão", de Jean Genet, no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia); o ator Enio Gonçalves interpreta o papel do juiz
Na TV, atuou nas novelas "Pedra sobre Pedra" (1992) e "Páginas da Vida" (2006), da Globo, e em produções da Band e da TV Cultura e das extintas TV Tupi e Manchete.
Sua maior dedicação, no entanto, foi ao teatro, onde participou de montagens como "A Visita da Velha Senhora", "Bonitinha, Mas Ordinária", "Toda Nudez Será Castigada" e "Não Me Conte Verdades" e foi dirigido por alguns dos maiores diretores do país, como Ziembinsk, Antunes Filho, Fauzi Arap e Ademar Guerra.
Além de atuar, dirigiu peças como o espetáculo "Cachorro!", indicado ao Prêmio Shell, em 2000.
"Digo apenas que, apesar de ser ator, Ênio foi a pessoa mais discreta que eu conheci na vida. Não gostava de alarde, de aparecer", disse sua mulher, Mara Faustino.
O ator também foi casado com Miriam Mehler e Maria Isabel de Lisandra e deixa duas filhas, Fernanda e Manuella Gonçalves. 

B I O G R A F I A:

 
Ênio Gonçalves (Porto Alegre, 28 de agosto de 1943São Paulo, 5 de outubro de 2013) foi um ator e dramaturgo brasileiro. Era casado com Mara Faustino e já fora casado com as atrizes Miriam Mehler e Maria Isabel de Lizandra com quem teve uma filha.
Morreu em 5 de outubro de 2013 devido a falência renal .

Carreira

Televisão


Cinema