segunda-feira, 8 de setembro de 2008

FERNANDO BARBOSA LIMA, Diretor, 74 anos


FERNANDO BARBOSA LIMA

RESUMO DO DEPOIMENTO DE FERNANDO BARBOSA LIMA, PARA O MUSEU DA TELEVISÃO BRASILEIRA, DADO EM 16/12/1998

Fernando Barbosa Lima, cujo nome completo é Fernando Horácio Pereira Barbosa Lima, nascido em 8 de novembro de 1933, é filho de Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho e de Maria José Barbosa Lima. Seu pai, jornalista, foi presidente da Academia Brasileira de Letras e da Associação Brasileira de Imprensa - ABI. É uma personalidade respeitada no Brasil inteiro. Morreu com 103 anos trabalhando até o último dia de sua vida. Por mais de 80 anos escreveu no Jornal do Brasil e publicou mais de 60 livros. Em 2003 foi eleito pela revista Imprensa, pela Internet e por uma comissão de jornalistas de São Paulo como "o jornalista do Século". (Nota: Barbosa Lima Sobrinho faleceu no ano de 2002). Sua mãe, Maria José, quando seu marido Barbosa Lima foi Governador de Pernambuco, teve um contato com a miséria cruel do nordeste e ficou muito chocada. Aí resolveu criar parques infantis, que são mais ou menos como os CIEPS, que apareceram anos depois. Ela se preocupou muito com a saúde mental das crianças mal nutridas e conseguiu, como colaborador, o doutor e cientista Nelson Chaves. Após seus estudos, esse médico escreveu um livro sobre o tema e este foi aceito pela UNESCO e ganhou fama internacional: "O prejuízo da desnutrição sobre a saúde mental das crianças". Esse trabalho o médico dedicou àquela que o iniciou: Maria José Barbosa Lima. Com isso essa mulher foi homenageada pela UNESCO, na China, que a incluiu entre as 100 principais mulheres do século 20. Assim Fernando, que nasceu nesse lar ilustre, ligado às letras, começou trabalhando em propaganda, mas começou bem de baixo, lavando pincéis no departamento de arte e criação da Standard Propaganda. Só aos poucos foi aprendendo, montando layout, letras, produção e depois redação. Seus textos eram aprovados e aí ele iniciou realmente sua carreira. Trabalhou em São Paulo, no jornal "Tempo" e depois voltando ao Rio montou a Esquire Propaganda. Estava com apenas 22 anos e seu jeito "entrão", como ele mesmo diz, o ajudou. Ele preparou uma "sinopse" de um programa que enfocava a cada vez, um estado do Brasil. Apresentou a idéia ao Brigadeiro Rocha, diretor da Companhia Aérea Cruzeiro do Sul, que aprovou a idéia do "Cruzeiro Musical". Foi assim que começou a dirigir um programa de TV, junto com Carlos Alberto Lofller. A TV Rio era em preto e branco e os programas "ao vivo". Para Fernando foi uma grande escola. O programa tinha como apresentador César Ladeira, o mais importante locutor da época. Mais tarde lançou um programa, que foi um grande sucesso: "Preto no Branco", também com Lofller. Era um programa de entrevistas com grandes personalidades. O entrevistado ficava de pé, no cenário vazio e o entrevistador, que era o Oswaldo Sargentelli, fazia as perguntas de fora. E só se ouvia sua voz grave. Em São Paulo, o mesmo programa recebeu o nome de "Pingos nos is". Fernando Barbosa Lima depois foi ser diretor de jornalismo da TV Excelsior, onde criou o "Jornal de Vanguarda", que tinha grandes jornalistas, como: Newton Carlos, Borjalo, Villas Boas, Sergio Porto, Millôr Fernandes, José Lewgoy, Cid Moreira, Tarcísio Hollanda, Appe, Célio Moreira, Fernando Garcia, Ricardo Amaral. Ele ganhou todos os prêmios, inclusive os internacionais, como o "Maior Telejornal do Mundo". Foi o programa mais premiado da televisão brasileira. O "Jornal de Vanguarda" passou pela TV Excelsior, TV Tupi, TV Globo e terminou na TV Rio, com o Ato Institucional número 5. Com isso, Fernando Barbosa Lima voltou para a Esquire e a transformou numa das maiores agências de publicidade do Brasil. Com o fim da ditadura, Fernando voltou para a televisão e fez o programa "Abertura", pela TV Tupi. Com ele, mais uma vez, foram os maiores jornalistas da época e outros artistas, como Ziraldo, Carlos Alberto Vizeu, Antonio Callado, Glauber Rocha, João Saldanha, Vivi Nabuco, Vilas Boas Correia e muitos outros. Com Roberto Dávila fez o "Canal Livre", na TV Bandeirantes, emissora em que Fernando foi diretor por duas vezes. Assim como foi diretor da TV Educativa, logo depois da ditadura, para a qual criou 50 programas. criando o slogan "A nova imagem da liberdade". Criou programas como o "Sem Censura", "Tribunal do Povo" e tantos outros. Foi ainda diretor da TV Manchete. Foi também o criador do "Cara a Cara", com Marilia Gabriela, na TV Bandeirantes. De todos os programas que fez, Fernando Barbosa Lima salienta o "Conexão Internacional", com Roberto Dávila. o "Abertura" e o "Jornal de Vanguarda" E valoriza muito a série que fez sobre o "Xingu", com a direção de Washington Novaes. Para esse jornalista, de família superdotada, televisão deve primeiro educar, depois informar e por fim divertir. Ele costuma perguntar: progresso ou civilização? Ele acha que a televisão, por ser o veículo de comunicação mais importante da história da humanidade, tem um forte compromisso com a nossa cultura. Para ele o interesse público tem que estar em primeiro lugar. Ele ganhou tantos prêmios, que nem dá importância a eles. O que para ele importa, é conviver com pessoas incríveis, como sempre aconteceu em sua vida, a começar por seu pai e sua mãe. Em 1999, foi novamente Presidente da TVE. Criou a Rede Brasil, com a idéia de fazer uma grande rede pública brasileira. Há pouco tempo, além de ser responsável pela televisão da Universidade Estácio de Sá, produziu cinco programas, e um DVD sobre a vida e a obra de seu pai. Ele, que foi casado algumas vezes, é amigo de todas as ex-esposas.Hoje está casado com Rosane Braga, sua sócia na produtora FBL Criação e Produção (www.fblvideo.com.br). Porém, ele que criou mais de 100 programas para a televisão, diz que sua grande felicidade são seus três netos: Pedro, Maria Paula e Bernardo, que são os mais importantes de sua vida. Gosta de citar uma frase criada por seu pai: "O Brasil é o meu patrão". Tudo que ele quer é ver seu país feliz. Acha que a TV, levada a sério, é o grande caminho para isso.

Informações completares:
-> Em julho de 2007, Barbosa Lima lançou o livro "Nossas Câmeras São Seus Olhos", sobre sua carreira.
-> Faleceu em 05 de Setembro de 2008, aos 74 anos, no Rio de Janeiro -RJ

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

FERNANDO TORRES, ator, 80 anos


Fernando Torres, ator, 80 anos


Ator Fernando Torres morre aos 80 anos no Rio O ator, produtor e diretor Fernando Torres morreu hoje de madrugada, em sua residência, em Ipanema, no Rio, de causa não revelada. Ele sofria do pulmão havia alguns anos, e sua saúde estava cada vez mais fragilizada - deslocava-se de cadeira de rodas e estava cada vez mais magro. Torres tinha 80 anos e era casado havia mais de 50 com a atriz Fernanda Montenegro. Era pai de Fernanda Torres, atriz, e Claudio Torres, diretor. O ator Sérgio Britto, muito amigo da família, contou que Fernando Torres vinha sentindo muita dor ultimamente. "A Fernanda há de compreender que ele precisava morrer, não podia mais sofrer", disse.


Um dos fundadores do Teatro dos Sete, Torres nasceu no Rio em 1927 e fez sua primeira aparição nos palcos foi em 1949 na peça "A Dama da Madrugada", de Alejandro Casona. Saiu da capital fluminense em 1952, seguindo para São Paulo, na companhia da atriz Fernanda Montenegro, sua futura mulher.


Em 1958 assinou a primeira vez a direção de uma peça - "Quartos Separados" - quando trabalhava no Trabalho Brasileiro de Comédia (TBC). Em "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, Torres foi premiado como diretor revelação. Como ator, ele ganhou prêmio em "Seria Cômico.... Se Não Fosse Sério". Torres teve tripla função - direção, produção e atuação - na peça "A Mais Sólida Mansão".


Na década de 80 ele produziu espetáculos de sua mulher, Fernanda Montenegro: "Dona Doida", "Um Interlúdio" e "Suburbano Coração".


-> Agência Estado


Biografia


Fernando Torres (Guaçuí, 14 de novembro de 1927 - Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2008) foi um ator brasileiro de cinema, teatro e televisão.


Marido da também atriz Fernanda Montenegro, com quem teve os filhos Cláudio Torres, cineasta e Fernanda Torres, atriz.


Faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, na tarde do dia 4 de setembro de 2008.


Índice

1 Carreira

1.1 Na televisão

1.2 Como diretor

2 No cinema

3 Ligações externas


Carreira


Na televisão

Como ator

Laços de Família (2000) - Aléssio Lacerda Zazá (1997) - Brigadeiro Amor Com Amor se Paga (1984) - Tio Romão Louco Amor (1983) - Alfredo Sétimo Sentido (1982) - Harold Bergman Terras do Sem-Fim - (1981) Baila Comigo (1981) - Plínio Miranda Simplesmente Maria (1970) A Gordinha (1970) Dez Vidas (1969) - Cláudio Manoel da Costa Vitória (1964) Pouco Amor Não É Amor (1963) A Morte Sem Espelho (1963)


Como diretor

Minha Doce Namorada (1971) Ana (1968) Paixão de Outono (1965) Coração (1964) O Desconhecido (1964) Pouco Amor Não É Amor (1963) A Morte Sem Espelho (1963) No cinemaComo ator Redentor (2004) Ação Entre Amigos (1998) A Ostra e o Vento (1997) Veja Esta Canção (1994) O Beijo da Mulher Aranha (1985) Inocência (1983) Tudo Bem (1978) Marília e Marina (1976) O Descarte (1973) Eu Transo...Ela Transa (1972) Os Inconfidentes (1972) Matei Por Amor (1971) A Penúltima Donzela (1969) Golias Contra o Homem das Bolinhas (1969) Em Busca do Tesouro (1967) Jerry - a grande parada (1967) Engraçadinha Depois dos Trinta (1966) Estrella sin luz (1953) La Duquesa del Tepetate (1951) A Mulher de Longe (1949)


Condolências
Nossos sentimentos à família do ator Fernando Torres, especialmente a sua esposa a atriz Fernanda Montenegro e sua filha atriz Fernando Torres, aos seus fãs e simpatizantes. o ator descansou após uma doença prolongada.